Fatos e mitos na Governança de empresas familiares

Haroldo Menezes | conteudo@hmit.com.br

Publicado em 08 de julho de 2024

A Governança é um tema constantemente presente na sociedade. É importante avaliarmos os fatos e mitos presentes no debate.

Voltado para Governança familiar, é  recorrente a imposição de uma agenda, quase obrigatória, de separação entre a família e o negócio. Estudos de Ricardo Bruno Queiroz Sampaio “A Governança Corporativa e a Rentabilidade das Empresas de Controle Familiar e de Controle Não-Familiar no Brasil”, analisaram empresas do Novo Mercado (BOVESPA) categorizadas em: “controle familiar”, “controle não-familiar” e, dentre as empresas de controle familiar, “com membros da família controladora na diretoria” e “sem membros da família controladora na diretoria”. 

Nos estudos foram apresentados gráficos de rentabilidade no tempo, comparando as categorias citadas, constatando que não há correlação entre retorno do investimento e propriedade familiar, nem tampouco entre participação ou não de membros da família na administração. O resultado de uma companhia não possui correlação com propriedade, mas com o modelo de gestão de uma organização, com uma governança corporativa pautada em transparência, equidade de tratamento de acionistas e prestação de contas.

Segundo dados recentes do IBGE, as empresas familiares são as responsáveis por 75% da força de trabalho e 40% do PIB do país, tornando evidente a necessidade de uma governança dedicada e eficiente para o retorno da economia fiscal do país.

Portanto, ao invés de focar exclusivamente na separação entre família e negócios, devemos direcionar nossos esforços para implementar práticas robustas de governança que promovam uma cultura organizacional saudável e orientada para resultados. Isso não apenas aumenta a confiança dos investidores, mas também fortalece a capacidade da empresa de se adaptar e prosperar em um ambiente competitivo e dinâmico. 

Ressalto que ao implementar práticas robustas de governança familiar, não apenas aumentamos a confiança dos investidores e fortalecemos a capacidade da empresa de se adaptar e prosperar em um ambiente competitivo, mas também promovemos um ambiente empresarial saudável e orientado para resultados. Isso inclui o aprimoramento do aconselhamento de sócios, o controle fiscal meticuloso e a promoção da responsabilidade organizacional, essenciais para minimizar externalidades negativas e maximizar os impactos positivos da empresa.

Autor
Haroldo Menezes é CEO da HMIT Tecnologia

FonteOpinião CE